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Crise no Agro: produtores afundam em dívidas e Banco do Brasil corta crédito e aciona a Justiça


NÃO TERÃO CRÉDITO, HOJE, AMANHÃ E NEM NUNCA MAIS”, DIZ DIRETOR

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O Banco do Brasil (BBAS3), principal banco financiador do agronegócio no país, está adotando uma postura extremamente rigorosa em relação a produtores rurais que entrarem com pedido de recuperação judicial.


Principais pontos:


1. Ameaça de Corte de Crédito: O banco ameaça suspender permanentemente novos empréstimos para esses produtores. A declaração do diretor de riscos, Felipe Prince, foi contundente: "Eles não terão crédito hoje, amanhã nem nunca mais".

2. Justificativa do Banco: O banco argumenta que a recuperação judicial é uma "armadilha" para o produtor, pois, ao cortar o crédito, o banco impede que ele financie a próxima safra, agravando sua situação.

3. Medidas Adicionais: Além da ameaça a recuperandos, o BB está sendo mais rígido em renegociações de dívida, mais cauteloso na concessão de novos créditos, exigindo prazos de pagamento mais curtos e garantias mais sólidas.

4. Motivos da Mudança: Duas razões principais levaram a essa mudança de postura:

· Uma decisão judicial que passou a permitir que produtores individuais (não apenas empresas) pedissem recuperação judicial.

· Ajustes contábeis que impactaram os resultados do banco, levando-o a registrar seu menor lucro trimestral em quase cinco anos.


Análise e Contexto


Esta notícia destaca um conflito significativo no coração da economia brasileira: o setor financeiro versus o setor produtivo do agronegócio.


· Postura do Banco: O Banco do Brasil está claramente tentando desincentivar o uso da recuperação judicial, que é um instrumento legal para que devedores em dificuldade se reorganizem. O banco vê isso como uma estratégia de "calote" e está respondendo com uma penalidade severa para proteger seus ativos e acionistas.

· Visão dos Produtores: Por outro lado, para muitos produtores rurais afetados por secas, pragas ou queda nos preços de commodities, a recuperação judicial pode ser a última alternativa para evitar a falência total e tentar se reestruturar. Sem acesso a crédito, sua capacidade de continuar operando é seriamente comprometida.

· Possível Efeito Cascata: A política do BB pode criar um ciclo vicioso: produtores com problemas evitam a recuperação judicial por medo de perder o crédito, o que pode levar a endividamentos ainda maiores e, potencialmente, a falências em cadeia, o que também seria negativo para o banco no longo prazo.

· Impacto no Agronegócio: Como maior financiador do setor, essa postura do Banco do Brasil tem o potencial de conter a expansão do crédito no campo, podendo afetar o plantio e a colheita de safras futuras, com reflexos na economia nacional.


Em resumo, a notícia revela uma estratégia arriscada do Banco do Brasil para conter perdas no curto prazo, mas que pode ter sérias consequências para a relação com seus principais clientes e para a saúde do agronegócio brasileiro.

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