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Pânico em Maracaju: Briga por tarefa de casa vira guerra de destruição entre casal



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MARACAJU – Uma discussão aparentemente comum sobre quem deveria lavar a louça se transformou em um verdadeiro campo de batalha doméstico, com direito a ameaças de morte e uma sequência de destruição de patrimônio que parou na delegacia. O cenário de guerra foi armado na Rua Jorge Bacha, no bairro Vila Margarida, na manhã de ontem (22), e terminou com a polícia separando um casal muito jovem – ele de 21, ela de 19 anos – que decidiu resolver suas diferenças quebrando tudo o que era do outro.

A trama, que lembra um roteiro de filme sobre relacionamentos tóxicos, começou por volta das 11h40. De um lado, um jovem de 21 anos. Do outro, uma moça de 19. Juntos há apenas oito meses em união estável, a convivência já mostrou seus primeiros e perigosos sinais de desgaste. Tudo começou com uma cobrança sobre tarefas domésticas, aquele ponto de discórdia clássico em muitos lares. Mas o que seria uma simples rusga verbal rapidamente escalou para um conflito de proporções catastróficas.

A Escalada da Destruição

No calor da raiva, ele, sem pensar duas vezes, teria arremessado o celular da companheira no chão, estilhaçando o aparelho em mil pedaços. Um ato de força e fúria que, longe de calá-la, deu início a uma perigosa roda de retaliação. Ela, sentindo-se ultrajada e sem medir consequências, não ficou para trás. Foi até o carro do companheiro e, em um ato de vingança, danificou os dois pneus dianteiros do veículo.

A guerra estava declarada. E ele, em uma atitude que fechou o ciclo de destruição mútua, pegou um objeto pontiagudo e perfurou o pneu traseiro da motocicleta da jovem. Em questão de minutos, o que era um lar se tornou um cenário de perdas materiais totais: um celular destruído, um carro e uma moto impossibilitados de circular.

Ameaça que Gelou o Sangue

Mas o relato feito pela jovem de 19 anos à Polícia Militar revela que a briga foi além dos danos materiais. No auge da discussão, ainda no início, ela afirmou que o companheiro a ameaçou de morte. Uma frase dita no calor do momento, mas que carrega um peso imensurável e acende um alerta vermelho para as autoridades. Apesar do clima de terror e da destruição que ficou para trás, um detalhe chamou a atenção dos policiais: nenhum dos dois apresentava ferimentos ou marcas de agressão física. A violência, desta vez, se manifestou de outras formas – através das palavras, das ameaças e da fúria contra os objetos.

Desfecho na Delegacia

Diante de um conflito tão complexo, a solução foi conduzir o casal para a Delegacia de Polícia Civil de Maracaju. Sem violência física, o deslocamento aconteceu sem o uso de algemas, mas sob o peso das ações de cada um. Caberá agora à Justiça analisar os fatos e determinar as responsabilidades.

Especialistas alertam que casos como este são a face mais visível de um problema profundo. A violência doméstica raramente começa com um soco. Ela nasce em discussões que escalam sem controle, em xingamentos, em ameaças e na destruição de objetos queridos como forma de causar dor. É um ciclo perigoso que, se não for interrompido, pode evoluir para tragédias irreparáveis. A busca por diálogo, apoio psicológico e a coragem de denunciar por meio dos canais disponíveis, como o 190 (PM) e o Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher), podem ser o primeiro passo para quebrar essa espiral de destruição antes que seja tarde demais.

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