O Grito Silenciado de Alexandra
- Redação
- 30 de mar.
- 1 min de leitura
O sol mal despontava no horizonte quando a tragédia se instalou em uma casa simples da Rua Manoel Ozório, no bairro São Miguel, em Nioaque. Alexandra da Silva Arruda, de 30 anos, teve sua vida arrancada brutalmente a facadas pelo homem que um dia amou. Um amor que se desfez em dor, medo e, por fim, sangue.

Na manhã deste sábado, um telefonema emergencial ecoou na central da Polícia Militar. Do outro lado da linha, uma voz trêmula e desesperada: “Eu a esfaqueei”. O próprio agressor denunciava o crime, pedindo por socorro, talvez para si mesmo, antes de desaparecer na fuga.
Testemunhas relatam que a separação aconteceu há cerca de 20 dias. Mas laços rompidos nem sempre significam liberdade. O reencontro naquela manhã foi marcado por desentendimentos, tensão, palavras cortantes e, por fim, a violência irreversível. Alexandra, que poderia ter tido um novo começo, encontrou apenas um fim cruel.
As sirenes cortaram o silêncio do bairro. A Polícia Militar, a Polícia Civil e a perícia chegaram rapidamente, mas já não havia mais vida naquele corpo ferido. No chão, a faca usada no crime – fria, impassível, testemunha silenciosa de um destino selado.
O nome do suspeito ainda não foi divulgado, mas sua brutalidade já carrega a marca irreparável de mais um feminicídio. Uma história que se repete, um grito abafado, uma mulher a menos.
Quantas Alexandras ainda precisarão sangrar para que a violência contra a mulher deixe de ser apenas estatística?
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