FARO INFALÍVEL: O NERVOSIMO ENTREGA BANDIDO NA FRONTEIRA!
- Redação

- 15 de set.
- 2 min de leitura

O CAÇADOR DE FERRONA
O aroma do cafezinho coado no fogão a lenha ainda mal tinha enchido a base operacional quando o faro apurou de Tex e seus homens. A estrada é como o sertão: sempre tem história pra contar. E aquela manhã de domingo na MS-162 ia render um conto de vigarista, nervosismo e justiça.
O sol já estava alto, castigando o asfalto da estrada que corta o Mato Grosso do Sul como uma cicatriz. Tex, com seu olhar que já viu de tudo nessa vida, coordenava a fiscalização com a calma de quem sabe que a pressa é inimiga da perfeição.
Foi então que um vulto prateado surgiu no horizonte. Uma Hilux novinha, brilhando sob o sol, mas com um detalhe que não passou despercebido pelo caubói experiente: a leveza demais do dianteiro, sinal de que não carregava o peso de um motor original.
– Vamos dar uma olhada naquela ferrona nova, meninos. – disse Tex, com a voz serena, mas com a mão já pousada no coldre. – Tem caroço nesse angu.
A ordem de parada foi dada. O condutor, um sujeito de uns 30 anos que mais parecia um caipira perdido, suava mais que cavalo no meio-do-rio. O nervosismo era tão claro quanto a marca de um alperceata na lama fresca.
– De quem é o veículo, patrão? – perguntou um dos soldados, o dedo indo instintivamente para o gancho do cinto onde levava as algemas.
O sujeito gaguejou, inventou uma história furada sobre um "primo de Cuiabá". Não colou. Tex se aproximou, o chapéu tapando parte do rosto, os olhos fixos no homem.
– Essa história tá mais cheia de buraco que queijo suiço, amigo. – comentou seco. – Vamos descer à prosa de verdade.
A verificação começou. Placa? Batia. Chassi? Conferia. Mas Tex não é homem de se contentar com a casca. Mandou levantar o capô. Foi aí que a casa caiu. O número do motor contava outra história – a de um furto em Belo Horizonte, uma semana atrás.
O vigarista, encurralado, confessou o destino: Ponta Porã, e dali, para o Paraguai. A ferrona de luxo viraria peça de contrabando, sumiria no mundo do crime.
– A viagem termina aqui. – declarou Tex, enquanto as algemas fechavam nos pulsos do meliante. – O senhor vai conhecer a cadeia de Maracaju. É menos luxuosa que a Hilux, mas é o que temos pra hoje.
O bandido foi levado, o veículo recuperado. Mais uma vez, a astúcia e a experiência dos homens da lei prevaleceram. Na fronteira, a justiça pode até tardar, mas quando Tex está na pista, ela sempre chega.
FIM







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