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Crise Climática no Agro: Soja e Leite Sofrem Grandes Perdas em Mato Grosso do Sul

Foto do escritor: RedaçãoRedação
Imagem Aprosoja
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As adversidades climáticas registradas entre 2024 e 2025 impactaram significativamente a produção agropecuária em Mato Grosso do Sul. A intensa onda de calor e a estiagem prolongada afetaram principalmente a cultura da soja e a produção leiteira, gerando preocupações entre os produtores rurais.

Embora a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS) ainda considere cedo para uma avaliação definitiva das perdas, estimativas apontam que aproximadamente 46% da área plantada com soja sofreu os efeitos do estresse hídrico. Isso representa mais de 2 milhões de hectares dos 4,5 milhões cultivados no estado. O período mais crítico ocorreu entre dezembro e janeiro, com uma redução drástica das chuvas, comprometendo o desenvolvimento da cultura, especialmente na fase de enchimento de grãos.

A colheita da soja já atingiu 38% da área total, com variações regionais. A região sul lidera com 45,4% da colheita concluída, seguida pela região central (33,9%) e pela região norte (19,5%). Apesar do impacto do clima, a Aprosoja/MS mantém a projeção de uma produção de 13,977 milhões de toneladas, com produtividade estimada em 51,7 sacas por hectare, número superior à média estadual da safra anterior.

A produção leiteira também foi severamente atingida pela falta de chuvas. No Assentamento Itamarati, localizado em Ponta Porã, cerca de 40% da produção foi prejudicada, com lavouras destinadas à silagem apresentando desenvolvimento inadequado ou morrendo pela escassez hídrica. Diante desse cenário, muitos produtores recorreram ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) para mitigar os prejuízos.

As dificuldades na alimentação do rebanho impactaram diretamente a produção de leite, que sofreu uma redução de até 40%. A escassez de silagem obrigou muitos produtores a liberar o gado para pastagens comprometidas, agravando ainda mais o problema. A expectativa agora recai sobre a safrinha de milho, que poderá servir para a produção de silagem, desde que o clima colabore, evitando geadas na região sul do estado.

Além das culturas mencionadas, a estiagem e as altas temperaturas também influenciaram a produção de hortifrutigranjeiros. Na Ceasa/MS, observou-se aumento nos preços de diversos produtos, como melão, melancia e alface. A menor oferta desses alimentos resultou em elevação de preços, reflexo tanto da crise climática em Mato Grosso do Sul quanto em outros estados produtores, como São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul.

As previsões climáticas para os próximos meses serão determinantes para a recuperação parcial dessas atividades. Enquanto isso, produtores seguem monitorando suas lavouras e buscando alternativas para minimizar os impactos dessa safra desafiadora.

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